rafael bqueer


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Local: Abismo… mas também podem chamar de Brasil.

“O caminhar na aparente alucinação fazem-me reconstruir o olhar sobre a realidade…”

O espaço da produção dos barracões das escolas de samba nos subúrbios, desde Belém, recortam-me para o pensamento do social, da vivência entre o estante das maravilhas e os descasos do cotidiano do povo  brincantes que anualmente embarcam comigo nos instantes poéticos de meu trabalho. Estes mesmos instantes, penetraram em minha cabeça  o meu primeiro contato com a história de Alice, um contato talvez marginal. Na figura de um homem negro, alto , de  delicados gestuais e um vestidinho azul. Era o ator Jorge Lafond, a tão marcante Alice de Joãozinho Trinta, no carnaval da Beija-flor de Nilópolis, em 1991.

E por falar em maravilhas, eis que aqui estou. Para falar das inquietudes que envolvem o pensamento político e minhas ideologias com a sociedade em que estou inserido. Diante tantas cenas e vivências de violência bastante  presente em meu cotidiano amazônico e  vivenciado em tão intensamente nas singularidades da cidade-maravilhosa. Entre maravilhas que convergem e realidades tão paradoxais do Brasil, quanto os caminhos que Alice da história do inglês Lewis Carrol vai percorrer em busca de si mesma.

A personificação da figura da Alice, me levarão a escancarar para as ruas do Brasil, suas verdades e seus abismos. Situando a figura de um homem negro que de maneira delicada, coloca-se presente em momentos de contraste entre a realidade social e a ilusão. Será o surrealismo, será uma ilusão de tantos momentos grandiosos e mínimos, entre gigantes que acordam e rainhas da(DE) copas. E entre os rios amazônicos que levam consigo histórias e reflexos.

Os vídeos mostram o corpo “poelítico” desta Alice latino americana, que tem a missão de percorrer o Brasil, em uma busca de exprimir suas inquietações e as contradições em um espaço não cronológico… com personagens na realidade desse universo abismal, em favelas, em estações de trem, em rios, em lixões. Alice é o corpo em forma de mensagem, desconstruindo a leitura colonial e ironizando a situação de nossos coelhões brancos, nosso povo.

O início das ações como Alice foram realizadas na cidade do Rio de Janeiro durante Julho de 2013 e Julho de 2014, período em que fui selecionado para uma bolsa de mobilidade nacional como estudante na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro e na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. E agora , Alice segue pelo Brasil das maravilhas , dando continuidade , no seu retorno a Universidade Federal do Pará, revisitando a Amazônia os outros “Brasis” com seus cotidianos e suas adversidades.

 

 

Rafael Bqueer

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