lucas malkut

 

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O ensaio fotográfico “La Petite Mort” foi inspirado em caminhos percorridos sobre conceitos e pensamentos das relações do ser humano com a perpetuidade, usando como suporte o corpo para as aberturas e rupturas do desejo.

A partir da linguagem fotográfica sobre a presença incontornável da realidade, o ensaio apresenta um acesso às possibilidades de transições entre outras realidades, para expressar as sensações internas vivenciadas acerca de uma metamorfose do poder estar além e fora de si mesmo e da transcendência.

O corpo aqui sofre e não sofre uma permanecia de sua silhueta, mas também toma por várias faces e representações as imagens mentais de um Outro em formas diversas, presente até em sua ausência, um duplo. Admitir isso é admitir a própria fragilidade e vulnerabilidade a cada instante, na espera de se perpetuar através de um tempo efêmero, sempre póstumo, que lhe escapa. O ensaio trabalha em corpos vulneráveis, partindo de uma única fonte de vontade, em que se contorce por estar atrelado a esse único desejo e, assim, na expressão do estar fora de si.

A fotografia como sósia do mundo funciona na ausência da sua origem, entretanto interpretada como objeto genuíno; e sua principal atividade a ambiguidade. “La Petite Mort” mostra o corpo formado numa distorção dele mesmo e que provoca é a contorção de dois pontos aparentemente opostos: a fusão da violência e do sublime. O deslocamento não só coabitam uma mesma imagem como também se direciona a outra visão, um outro uso do corpo. A experiência a imagem de dor e prazer só tem sentido no êxtase, e esse êxtase traga toda forma de estar dentro e o que está de fora.

A experiência da sexualidade desperta a presença contínua sem nenhuma força de destruição, mas por uma possibilidade de transformação em qualquer coisa que atravesse o sentido do ser. O corpo erotizado, de vertigens e convulsões, busca uma abertura para as fantasias e desvelando as imagens do inconsciente físico, percepção de modificação que está relacionada com projeção sem limites entre os dois lados: o estar fora é estar dentro.

Assim, o delírio toma o corpo, acessa o frenesi, os movimentos repetitivos, até a possibilidade de transpassar os limites esquecidos em um gozo seguido de uma “pequena morte” (petite mort), a significação final do paradoxo do desejo de infinitude em um corpo corruptível.

 

lucas malkut

 

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