mavi veloso

 

Acho que o fazer artístico deveria estar muito mais atrelado à vida das pessoas. A experiência estética como potente forma cognitiva. Como quando não se enxerga e então se apura os ouvidos, como quando não se escuta, mas vê não só com atenção e sim com propriedade, como quando se tateia procurando com a acuidade de quem de fato se sensibiliza a partir disso que passa, então, a conhecer. Leio estas sentenças como quem precisa revisitá-las com frequência para que esta compreensão não caia no esquecimento, por considerar a construção/elaboração artística diária com tal relevância. Gosto de crer nas linguagens artísticas, as diversas mídias, como possibilidades de transcriação, transposições de experiências. Isso passa pela instância autobiográfica, é subjetivo e por isso mesmo capaz de afetar o outro em quem estou contido, o outro que em mim está contido. Os modos de fazer se dando exatamente assim, “interlocutando-se”, intercruzando-se, a dança, performance, as artes visuais, a poesia, música, bem como a moda, design, arquitetura…, como meios para criação de ambiências que nos engulam, transtornando-nos, transportando-nos através e além de nossa percepção. Para que eu e outro possamos discutir alguma esfera ética, política, social, psicológica, sensível disso que nos rodeia.

 

 

 

mavi veloso

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