Meu corpo é um Moinho. Essa peça tem um significado especial, além de ser a primeira arte que usei meu próprio corpo, também tem a pira da libertação e emancipação da cultura corporal. Hoje fazem 5 meses que a fiz, e agora me senti a vontade de postar.
Sem filtros.
Sororidade. Preciso tentar sentir suas dores, de alguma forma, preciso tentar entender, quero saber seus medos, seus receios, quero compartilhar das minhas também, o arrombo em meu peito que ainda não fechou, que não briguemos mais por nossas diferenças, por nossos sofrimentos por nossas dores. Quero senti-las, e assim unificar toda nossas angústias em uma força tão absoluta que nesse paradoxo entenderemos nossa própria companhia.
Porque eu quis.
Sur-phando na face do Patriarcado.
Piquenique feminista nas sociais.
Antes meus trabalhos eram objetivos e mais diretos, de impacto politico, eu fazia arte e cartazes politizados. Hoje eu estou passando por uma análise mais profunda de autoconhecimento, e isso refletiu em todas as minhas peças, que são como uma jornada de desbravamento das relações, da relação de amor entre mulheres. São figuradas nos sentimentos, carregam simbolismo, cada peça tem um porquê, são signos dos meus estados, e são como fotografias, um diário (talvez), sei lá. Diria que elas são extremamente autobiográficas, e por isso, tão sinceras É essa a experiência maior , enfim, acho que expandi para outros. Acho que essa é uma das maiores diferenças, antes eu tentava ‘contemplar” a todas as mulheres e suas dores e não conseguia me expressar sobre mim mesma.
“Identificação, reconhecimento com as situações da vida que não dependem só de gênero porque o amor é universal, as complicações das relações são universais, afinal, mesmo por baixo de todo pano, de todo corpo, o que tem mesmo são sentimentos, é alma, e vida, conflito. E isso conforta. essa coisa de você se identificar. (na minha opinião, acho impossível eu gostar de alguma coisa se não houver identificação, empatia, simpatia, sei lá. Beleza.)” isso o Giulio fala sobre mim.
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