Diz-se que a boa arte é universal e seus temas ultrapassam geografias, gêneros e épocas. Por outro lado, é verdade também que o assunto a partir do qual uma obra de arte se faz pode gerar boa discussão, expandir conceitos e questionar padrões sociais. Esse é o argumento principal da Revista Rosa, publicação virtual gratuita cujo conteúdo se centra em arte e literatura que tratam de sexualidade e gênero. Afinal, se a arte supera diferenças, ela também joga luz sobre a enorme diversidade que constitui a humanidade.
Já na primeira edição a revista mostrou o que tinha a dizer. Alguns dos sonetos de Glauco Mattoso, escritos especialmente para a revista, falam de como vários escritores gays passam a vida escondendo sua sexualidade por conservadorismo, enquanto outro poema do mesmo autor justifica o nome da revista, que vem de Guimarães Rosa, autor que, para alguns estudiosos, escreveu o maior romance de traços gays da literatura brasileira. Na mesma edição, há ainda um texto do norte-americano Paul Goodman sobre como sua condição queer lhe deu liberdade de comportamento, além de um “Manifesto Gordo” contra os padrões estéticos, entre outros.
Os responsáveis pela Rosa, Felipe Miguel e Thiago Barbalho, que também escrevem para a Rosa, dizem que para a primeira edição entraram em contato com alguns nomes das artes e descobriram um surpreendente entusiasmo dos artistas com a ideia da revista. Felipe, que é repórter, redator e documentador, e Thiago, que é escritor e editor de livros, encontraram um caminho para o conteúdo da revista que envolve a atmosfera punk de contestação e o rigor estético que uma publicação em artes merece, graças ao senso gráfico e ao trabalho de Liziane Sutile e Juliano Fernandes.
A partir da quinta edição a revista Rosa passa também a ser impressa no melhor estilo do it yourself. Mesmo assim, o conteúdo digital permanece gratuito e disponível no endereço
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